Rio de Janeiro pode ter R$ 15 bi em investimentos até 2030 para atender demanda por gás natural

FONTE: Brasil Energia

Demanda dos setores industrial, de geração de eletricidade e de GNV pode superar 97 milhões de m³/dia nos próximos 10 anos, aponta Firjan

Segundo o relatório obtido pelo EnergiaHoje, em um cenário de conversão total para gás natural que não considera a viabilidade econômica, mas explicita o horizonte potencial.

O mapeamento realizado pela Firjan estimou em R$ 15 bilhões os investimentos necessários das próprias empresas consumidoras até 2030, com R$ 4 bilhões de efeito renda e criação de 194 mil postos de trabalho diretos e 13 mil indiretos. O setor industrial é um dos três maiores consumidores de gás natural do Estado, ao lado do termelétrico e do GNV.

Esse potencial crescimento da demanda, entretanto, tem desafios pela frente. Por exemplo, barreiras econômicas, financeiras e regulatórias para o pleno desenvolvimento dessas oportunidades. O custo do gás, mais especificamente, é um deles. Os investimentos ocorrerão, de acordo com as indústrias participantes, se o preço do combustível for competitivo, o que depende de ambiente regulatório favorável.

Em um cenário positivo, as perspectivas naturalmente seguirão pelo mesmo caminho. O consumo de gás natural das indústrias mapeadas ultrapassa 2,38 milhões de m³/dia, dos quais 85% consumidos pelo setor siderúrgico.

Segundo o relatório, “com uma demanda potencial em cinco anos, esse volume pode crescer mais de 40%, ultrapassando os 3,3 milhões de m³/dia. No horizonte de dez anos, esse volume aumenta cerca de 5,4 vezes, superando a marca de 12,5 milhões de m³/dia”. O levantamento destaca ainda o potencial do projeto do pólo GasLub, com o interesse de empresas se instalarem no local, incluindo uma de fertilizantes.

Para a concretização dessa demanda potencial, entretanto, o preço favorável para o gás, de acordo com as empresas ouvidas, seria em torno de US$ 6,37/MMBtu. No horizonte de 10 anos, esse valor diminuiria para US$ 6/MMBtu. O mapeamento reuniu indústrias que respondem por mais de 80% do consumo atual de gás no estado.

A iniciativa da Firjan teve como ponto de partida o novo marco regulatório do Gás Natural e sua esperada contribuição para atração de novos investimentos no estado, que ganharia destaque como polo de grandes projetos, em virtude da relevância cada vez maior do gás natural do gás natural na matriz energética fluminense.

De acordo com o relatório, “o consumo pela indústria, a utilização em veículos automotores e o aumento da contribuição na geração de energia nas termelétricas são exemplos que confirmam o cenário energético que se forma no país a partir do Rio de Janeiro”. O estado ocupa a segunda posição entre os demais em relação ao maior número de registro de agentes autorizados a exercer atividades voltadas ao mercado de gás, 79 no total.

Com relação à oferta, o Rio de Janeiro se mantém na liderança da produção liquida de gás natural, com participação de 39%, em agosto de 2021. Com 37 campos produtores no estado, Tupi e Búzios, na Bacia de Santos, são os campos que mais produziram gás, 41,9 milhões de m³/dia e 21,3 milhões de m³/dia respectivamente.

A primeira edição do “Mapeamento da Demanda de Gás Natural no Rio” tem o patrocínio da NTS e os resultados serão avaliados em conjunto com a EPE, a partir de um Acordo Técnico de Cooperação. Os dados são publicados em uma visão municipal, observando horizontes de tempo e preço de viabilização. Os detalhamentos podem ser encontrados a partir de 30/11 no Painel Dinâmico da Firjan.