FÓRUM ONSHORE POTIGUAR APRESENTARÁ PLANOS DAS OPERADORAS E OPORTUNIDADES PARA A CADEIA FORNECEDORA
FONTE: Petronotícias
A indústria onshore brasileira se reunirá em peso nesta semana em Mossoró, no Rio Grande do Norte, para avaliar os avanços recentes no mercado e projetar futuras oportunidades de negócios. A Redepetro RN e o Sebrae realizarão na próxima quinta-feira (25), no Garbos Recepções, a sexta edição do Fórum Onshore Potiguar. O evento será uma chance para o setor discutir importantes conquistas alcançadas ao longo de 2021, como os novos contratos de fornecimento de gás com distribuidoras estaduais e o acesso a infraestruturas essenciais. O presidente da Redepetro RN, Gutemberg Dias, diz que as operadoras também aproveitarão o fórum para apresentar as suas projeções de futuro. “O mercado de gás tem uma perspectiva muito grande. A produção de gás no Rio Grande do Norte, por exemplo, pode ser aumentada. Esse cenário gera perspectivas econômicas de atração de novos negócios”, afirmou. O entrevistado também conta que o fórum debaterá as novas oportunidades que surgirão para a cadeia local de fornecedores. “Dentro das empresas da Redepetro RN conseguimos ter relatos de empresários que, durante a pandemia, fizeram investimentos nos seus negócios e tiveram ampliação em postos de trabalho. Isso mostra que essa retomada da produção de petróleo, a partir dos operadores independentes, começa a gerar, efetivamente, resultados dentro da cadeia”, acrescentou. Dias fala ainda dos preparativos para a Mossoró Oil & Gas Expo 2022 e menciona quais são os desafios que ainda precisam ser superados dentro da indústria onshore do país. As inscrições para o Fórum Onshore Potiguar estão disponíveis neste link.
Quais serão os principais destaques dessa edição do Fórum Onshore Potiguar?
As empresas que compraram os campos da Petrobrás apresentarão tudo o que foi desenvolvido desde quando assumiram a operação desses ativos, detalhando os investimentos e o crescimento de produção. As operadoras também aproveitarão o fórum para apresentar as suas perspectivas de futuro.
Outro ponto que vamos discutir dentro do fórum é o mercado do gás. Principalmente agora, com a questão da UPGN Guamaré. Na medida em que essa unidade passa processar o gás dos operadores independentes, isso garante uma perspectiva de aumento da produção de óleo, bem como o aumento da produção de gás no Rio Grande do Norte. Além disso, a Companhia Potiguar de Gás (Potigás) já tem um contrato com a Potiguar E&P para fornecimento de gás natural a partir de janeiro de 2022 [conforme o Petronotícias publicou em setembro] e tem a perspectiva de uma redução de preço em relação ao contrato anterior com a própria Petrobrás.
Aproveitando esse gancho da UPGN, como a indústria onshore potiguar está avaliando esse novo momento do setor, com a Petrobrás concedendo acesso à essa infraestrutura?
O mercado de gás tem uma perspectiva muito grande. A produção de gás no Rio Grande do Norte, por exemplo, pode ser aumentada. Esse cenário gera perspectivas econômicas de atração de novos negócios. Ao baratear o preço do gás para a indústria, haverá uma atração de novos negócios para a região. Adicionalmente, será possível levar esse gás a uma maior quantidade de pessoas, seja para residências ou para uso veicular. Com esse novo cenário, abre-se um leque muito grande para aumentar a produção, além de garantir o gás para os consumidores a um preço menor do que se paga hoje.
Quais são as novidades que as empresas devem apresentar durante o fórum?
Já é possível perceber a existência de resultados positivos por parte das operadoras. A Potiguar E&P, por exemplo, conseguiu aumentar em cerca de 84% (dados de setembro) sua produção média diária nos campos do polo de Riacho da Forquilha desde quando assumiu esses ativos. Isso apenas com investimentos na produção, sem ainda entrar na parte de perfuração de novos poços. Isso demonstra que temos uma perspectiva futura de melhoramento da nossa produção no Rio Grande do Norte.
A Potiguar E&P já tem poços para perfurar já esse ano e outra campanha muito grande para o próximo ano. Isso abre um leque de oportunidades para aumento de produção, geração de empregos e, principalmente, negócios dentro da cadeia – que é um ponto de interesse da Redepetro RN.
Falemos então sobre esse ponto de oportunidade de negócios para a cadeia local de fornecedores. O que essas empresas podem esperar em termos de novos negócios a partir desse momento de abertura do mercado de gás?
Nós temos uma cadeia extremamente especializada no Brasil e, especificamente, no Rio Grande do Norte. Com os desinvestimentos da Petrobrás, houve uma reestruturação de parte da cadeia. Muitas empresas fecharam e outras mudaram seu foco de negócio. Contudo, as empresas que continuaram operando no segmento tinham uma noção de que havia uma perspectiva de retomada – que começa a acontecer a partir de agora.
Dentro das empresas da Redepetro RN conseguimos ter relatos de empresários que, durante a pandemia, fizeram investimentos nos seus negócios e tiveram ampliação em postos de trabalho. Isso mostra que essa retomada da produção de petróleo, a partir dos operadores independentes, começa a gerar resultados efetivamente dentro da cadeia.
Para nós do Rio Grande do Norte, essa retomada é um garantidor de geração de novos negócios para as empresas que operam na cadeia de petróleo e gás. Inclusive pretendemos, no próximo ano, em parceria com o Sebrae, fazer um mapeamento da geração de empregos dentro da cadeia de petróleo e gás, para entender como está efetivamente o mercado depois dessa transferência dos ativos da Petrobrás para os operadores independentes.
Quais são os principais desafios que precisam ser superados, de modo a incentivar a indústria onshore?
Com esse novo cenário, no qual a Petrobrás está fora da operação de diversos campos terrestres, precisamos pensar na simplificação de vários processos. A Petrobrás tinha um modus operandi. Mas com a entrada dos operadores independentes, existe uma mudança de cultura. Isso tem impactos diretamente dentro da estrutura que está montada.
As discussões que nós tivemos dentro do REATE passaram pela simplificação de algumas resoluções, com o objetivo de dar celeridade aos processos. Um exemplo claro disso é a questão da Oferta Permanente, que facilitou muito a aquisição de blocos em áreas terrestres. Precisamos também pensar na questão da licença ambiental. Ou seja, os procedimentos ambientais precisam passar por um processo de simplificação. Não se trata de reduzir as exigências legais, mas sim simplificar os processos, visando maior agilidade. Eu acredito que dentro das discussões do REATE, precisamos ainda destravar alguns pontos como esses.
Por fim, o que pode ser antecipado sobre a Mossoró Oil & Gas Expo 2022?
O Mossoró Oil & Gas é um evento que já entrou no calendário nacional da indústria de petróleo. Na edição de 2020, o evento contou com 80 estandes e 77 empresas expondo. A perspectiva para 2022 é de ampliação da feira, porque existe uma demanda reprimida muito grande. O que queremos efetivamente é, principalmente, trabalhar muito o aspecto técnico durante os painéis. Para isso, estamos conversando com vários segmentos para que as palestras dentro do evento sejam focadas na questão técnica.
Hoje, o onshore brasileiro precisa aumentar o seu fator de recuperação. Então, queremos trazer especialistas do Canadá, dos Estados Unidos e do Brasil para discutir sobre esse temas.
A perspectiva desse evento de 2022 é atrair parceiros internacionais, para que essa feira seja uma referência não só no Rio Grande do Norte, mas também fora do Brasil em termos de negócios para o onshore brasileiro.