Grupo centenário com a grife Brennand

FONTE: Valor Econômico

Cornélio Brennand, organizado a partir de 2002, sob comando da terceira geração, atua nos setores vidreiro, de energia, cimento e imobiliário

O Grupo Cornélio Brennand tem suas origens no centenário conglomerado pernambucano fundado em 1917 por Ricardo Brennand, que levou como sócio o irmão Antônio Luiz. Tendo como semente usinas de açúcar, o império chegou a ter 14 fábricas e 27 empresas por volta de 1985: fez desde açúcar, cerâmica, porcelana, azulejo, vidro, cimento até aço.

Esse formato perdurou por 85 anos, quando os dois ramos familiares – por divergências – decidiram dividir os negócios, que já eram tocados pela terceira geração. De um lado, Cornélio Brennand, filho do patriarca; de outro, seu primo, Ricardo Brennand, filho de Antônio Luiz.

Assim, em 2002, surge o grupo Cornélio Brennand, que ficou com a fábrica de vidros CIV e parte do dinheiro da venda dos negócios de cimento em 1999. Os sete filhos e filhas de Cornélio dão andamento aos negócios, adotando gestão profissional – com assessorias de consultorias especializadas – nas empresas herdadas e naquelas que viriam.

Ainda em 1999, a família criou o Family Office Iron House para fazer a gestão dos seus recursos financeiros. A CIV recebeu fortes investimentos de modernização, até ser vendida em 2010 para uma multinacional americana.

Em 2003, logo após a separação, o grupo entrou em energia (criou a Atiaia) e em desenvolvimento imobiliário – em 2011, fundou a Iron House Real Estate. Logo após vender a CIV, decidiu entrar no segmento de vidros planos, criando a Vivix, em Goiana (PE), a primeira fabricante do Nordeste no segmento e 100% capital nacional.

Em uma joint venture com o grupo Queiroz Galvão, voltou ao cimento, com uma moagem, a Cimar, inaugurada em 2014, em São Luís, apta a fazer 500 mil toneladas/ano da marca Bravo. O projeto da fábrica integrada na Bahia não avançou devido à crise.

Os herdeiros de Cornélio – hoje na casa dos 90 anos – têm participação nos negócios por meio dos conselhos de administração do grupo e das companhias controladas. Foi criado o Conselho de Família para preparar novas gerações no papel de acionistas. Na Atiaia, por exemplo, um herdeiro da quarta geração já faz parte do colegiado.