Braskem comemora lucro de R$7,4 bi e diz que fatiar empresa é ‘complexo’
FONTE: inewsbr.com
Estamos em pleno crescimento. Temos projetos sendo desenvolvido em muitas partes do Brasil e fora também. Então fatiar a companhia é algo complexo e no momento não existe nenhum processo em curso nesse sentido. Isso não quer dizer que no futuro não possa existir”, afirmou o presidente da Braskem, Roberto Simões, em teleconferência com jornalistas, no final da manhã desta quinta-feira (5). Segundo ele, a negociação com a Novonor (antiga Odebrecht) continua sem definição.
Falar sobre venda em momento de pleno crescimento não parece fazer muito sentido para a empresa, que conseguiu reverter um prejuízo de R$ 2,476 bilhões no segundo trimestre de 2020. Durante evento acompanhado pela equipe do INEWSBR, o vice-presidente de finanças, suprimentos e relações institucionais da Braskem, Pedro Freitas comemorou o lucro líquido de R$ 7,424 bilhões (alta de 198% em relação ao 2T20) e resultado operacional recorrente foi de R$ 9,4 bilhões, 35% superior ao trimestre anterior e 522% acima do mesmo período do ano passado.
“Foi o melhor trimestre da história da Braskem. É um resultado muito expressivo. Isso é resultado de muito trabalho da equipe. Inclusive seguimos reduzindo a alavancagem, com queda do indicador em 1.1%. Já estamos com situação normalizada de mercado em função da pandemia”, afirmou.
A receita líquida de vendas alcançou R$ 26,4 bilhões, crescimento de 16% e de 136% em relação ao primeiro trimestre deste ano e ao segundo trimestre de 2020, respectivamente. Em relação a dívida líquida/resultado operacional recorrente em dólares foi de 1,1 vez no trimestre, sendo inferior 39% quando comparada ao trimestre anterior (1,8 vez). Já a redução em relação ao mesmo período do ano passado foi de 85%. Tanto a dívida bruta quanto a alavancagem corporativa foram reduzidas e chegaram a patamares mais baixos de sua história ao final do trimestre.
Com esses resultados, embora a empresa esteja em fase de discussão da política de crescimento, segundo o vice-presidente, o período é favorável para retomar o pagamento de dividendo, que está “dentro das possibilidades para o segundo semestre deste ano levando em conta a baixa alavancagem”, prevê Freitas. Isso porque o resultado operacional recorrente da companhia foi gerado pela melhoria dos spreads internacionais e pelo maior volume de vendas de polipropileno nos EUA e de polietileno no México.
Já no mercado interno, a companhia registrou queda de 7% na demanda por resinas no segundo trimestre quando comparado ao primeiro trimestre do ano. Essa queda foi em função, principalmente, da normalização da demanda em alguns segmentos da economia, como construção civil, embalagens, bens de consumo, entre outros. Apesar disso, a demanda permanece em patamares saudáveis. Na comparação com o 2T20, quando a economia desaqueceu por causa da pandemia de Covid-19, houve aumento de 34%.
Em relação à dívida bruta, a empresa concluiu uma série de operações no segundo trimestre, totalizando US$ 643 milhões. Adicionalmente, em julho, a companhia concluiu o resgate total do bônus com vencimento em 2022 no montante de US$ 255 milhões e o pré-pagamento do empréstimo bancário no valor de US$ 100 milhões.
Alagoas
E até o final do segundo semestre, além de produzir com a capacidade máxima e vender tudo, manter crescimento, pagamento de dividendos, entre outras ações, está entre suas prioridades, conforme Freitas, as tratativas sobre o fenômeno geológico ocorrido em Alagoas, em 2018, quando ocorreu afundamento do solo.
De acordo com a companhia, estão contribuindo com o poder público para minimizar os efeitos e promover a segurança e a compensação financeira dos moradores dos bairros atingidos, assim como a reparação socioambiental e urbanística da região.
Para compensar os moradores fez o provisionamento de R$ 10,2 bilhões havendo saldo atual de R$ 7,7 bilhões. Dos imóveis localizados no mapa de ações prioritárias da Defesa Civil alagoana, 13.807 já foram desocupados, ou seja, quase 96% do total. O Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF) chegou em julho último a 8.298 propostas apresentadas aos moradores, comerciantes e empresários da área de desocupação, com um índice de aceitação de 99,7%. Até agora, o Programa pagou mais de R$ 1,3 bilhão entre indenizações e auxílios financeiros.