Eneva vai investir em termelétricas a gás na região Norte

FONTE: Brasil Energia

Decisão está ligada ao incremento nos volumes originais de gás vistos no bloco AM-T-85, que pode ser considerado uma extensão do campo de Azulão

A Eneva iniciará o processo de licenciamento ambiental de novos projetos de geração térmica a gás natural no norte do país, informou na segunda-feira (2/8). A companhia afirma que as atividades estão em consonância com o seu plano de crescimento e estão ligadas aos resultados obtidos pelo mais recente relatório de certificação de reservas, que foi elaborado pela consultoria Gaffney, Cline & Associates.

O relatório demonstrou um incremento nos volumes originais de gás dentro da área do campo de Azulão devido ao bloco AM-T-85, que foi adquirido no 2º Ciclo da Oferta Permanente da ANP, realizado em dezembro de 2020. Na prática, isso significa uma possível extensão de Azulão para o bloco adjacente, sendo esses recursos categorizados como recursos contingentes.

A consultoria usou as estimativas P10 (possível), P50 (provável) e P90 (provada) para o cálculo dos recursos contingentes de gás natural da Eneva no AM-T-85. Ao todo, foram encontrados 2,27 bilhões de m³ em reservas P10, 3,48 bilhões de m³ em reservas P50 e 5 bilhões de m³ em reservas P10 na extensão de Azulão.

Créditos: Eneva

Já no campo de Azulão, as estimativas seguiram o padrão 1P, 2P e 3P. Ao todo, foram encontrados 5,55 bilhões de m³ em reservas 1P, 6,32 bilhões de m³ em reservas 2P e 7 bilhões de m³ em reservas 3P, todas de gás natural. Em comparação com o relatório anterior, o aumento é de 3,3% nas reservas 1P, de 8% na 2P e de 11% na 3P.

Créditos: Eneva

Outros ativos da companhia também foram abordados no relatório de certificação, como é o caso do bloco AM-T-84, também localizado na Bacia do Amazonas, e da área de acumulação marginal Juruá, na Bacia do Solimões. No caso do primeiro, foram avaliados os recursos contingentes de gás e óleo do poço 1-BRSA-1293-AM, perfurado em 2015 e denominado informalmente como Anebá.

Créditos: Eneva
Créditos: Eneva

Para a área de Juruá, a Eneva avaliou o volume original de gás da área, utilizando simulações de reservatórios para obtenção dos fatores de recuperação e dos perfis de produção. “Esses volumes foram categorizados como recursos contingentes por dependerem de um projeto de monetização para o gás de Juruá”, afirmou a companhia no comunicado.

Créditos: Eneva

O relatório da Gaffney, Cline & Associates é referente ao dia 30 de junho de 2021. Os volumes de Azulão puderam ser comparados com os volumes do relatório anterior (referente ao dia 31 de dezembro de 2020) porque essa área foi certificada separadamente nos dois relatórios e porque a Eneva ainda não detinha os outros ativos na época.

Os blocos AM-T-85, AM-T-84 e a área de Juruá tiveram seus contratos de concessão assinados em junho deste ano. As três áreas foram adquiridas no 2º Ciclo da Oferta Permanente e são operadas pela Eneva com 100% de participação.

O campo de Azulão também é operado pela companhia com 100% de participação. O ativo foi adquirido da Petrobras em novembro de 2017, em operação avaliada em US$ 54,5 milhões. É neste campo onde está localizado o projeto integrado Azulão-Jaguatirica, que tem como objetivo extrair o gás natural de Azulão para abastecer a UTE Jaguatirica II.

O portfólio da Eneva é composto por 25 blocos exploratórios, cinco campos produtores (Gavião Real, Gavião Vermelho, Gavião Branco, Gavião Caboclo e Gavião Azul) e quatro em desenvolvimento (Gavião Preto, Gavião Branco Norte, Gavião Tesoura e Gavião Carijó). Esses nove campos estão localizados na Bacia do Parnaíba, região onde opera o Complexo Parnaíba (parque de geração termelétrica com 2,8 GW de capacidade instalada).