Odebrecht inicia conversas com potenciais compradores da Braskem
FONTE: Valor Econômico
Neste primeiro momento, o contato será feito com uma gama mais ampla de potenciais interessados, que vão desde companhias petroquímicas até fundos de private equity com experiência no setor
A Odebrecht (que passou a se chamar Novonor) iniciou nesta semana as conversas com possíveis compradores de sua fatia na Braskem. A expectativa é que, até o fim deste ano, a companhia esteja próxima de chegar a um acordo formal sobre o negócio, segundo fontes próximas ao grupo.
Neste primeiro momento, o contato será feito com uma gama mais ampla de potenciais interessados, que vão desde companhias petroquímicas até fundos de private equity com experiência no setor, apurou o Valor.
“Trata-se de um alvo global, então serão buscados compradores em todas as regiões: Estados Unidos, Oriente Médio, Europa, China, Japão, Sudeste Asiático”, diz uma fonte.
Ainda não está decidido se será concedida exclusividade a um único comprador na reta final do processo e o fechamento da operação tende a ocorrer em 2022.
As conversas com potenciais interessados no controle da companhia tiveram início oficialmente na terça-feira. Nesta quarta, as ações da Braskem subiram 6,1%, a R$ 44,73.
A Odebrecht contratou, em agosto do ano passado, o Morgan Stanley para assessorá-la na venda da fatia de 38,3% do capital total da petroquímica. Desde então, a Braskem conseguiu se liberar de importantes amarras, em particular o problema geológico em Alagoas e a questão do suprimento de etano no México, que levaram a uma perda de valor da empresa e a uma espera maior para que as negociações fossem iniciadas de fato.
A Petrobras, segunda maior acionista da Braskem, é dona de 36,1% das ações da companhia e também já anunciou a intenção de se desfazer de sua fatia. Ao menos por enquanto, os processos caminham em paralelo — a estatal vinha manifestando o plano de vender sua participação em bolsa, em um processo diferente. A nova gestão da companhia, sob liderança do general de reserva Joaquim Silva e Luna, está em transição e ainda não se manifestou a respeito do assunto.
Porém, com a venda da fatia da Odebrecht, que é controladora do negócio, a Petrobras terá o direto de alienar suas ações pelo mesmo preço — portanto, um possível comprador certamente buscará conversar com a estatal. Fontes próximas à Odebrecht dizem que ainda não houve conversas com a nova gestão sobre o tema.
A saída da Odebrecht do capital da Braskem é uma exigência prevista no plano de recuperação judicial do grupo, homologado em julho de 2020. Com os recursos obtidos na operação, a companhia deverá quitar parte de suas dívidas bilionárias. O grupo tem um prazo máximo de três anos (a partir da homologação do plano) para a conclusão da venda.
Procurada, a Odebrecht afirmou, em nota, que segue trabalhando no cumprimento dos acordos firmados com seus credores. “Nesse contexto, o grupo vem dando continuidade ao processo de venda da Braskem, através do diálogo com potenciais interessados na aquisição de sua participação de 38,3% no capital total (50,1% do capital votante) da companhia”, disse.