Suzano abre quinta fábrica de papel higiênico

FONTE: Valor Econômico

Nesse mercado, que começou a ser desbravado há apenas três anos, companhia já alcançou participação nacional de 8,3%

Além de ter se consolidado como maior produtora mundial de celulose de eucalipto com a fusão com a Fibria, a Suzano segue crescendo em outras frentes de negócios e inaugura, hoje, sua quinta fábrica de papéis higiênicos (tissue) no país. Nesse mercado, que começou a ser desbravado há apenas três anos, já alcançou participação nacional de 8,3% – no Norte e Nordeste, onde tem presença mais relevante, tem a liderança com fatias de 61% e 28%, respectivamente.

“Esse modelo é exemplo de como trazer velocidade e empreendedorismo dentro de um grande grupo”, disse ao Valor o diretor de bens de consumo da Suzano, Luís Bueno, referindo-se à evolução da unidade de negócios que, na prática, nasceu como uma “startup” dentro de uma grande organização.

Com a nova unidade fabril, a Suzano alcançou 130 mil toneladas anuais de capacidade instalada de conversão de papéis de higiene, para uma produção anual de 160 mil toneladas de papel tissue – as 30 mil toneladas de papel excedentes são exportadas mas, no futuro, poderão abastecer uma nova operação de conversão da companhia.

A fábrica de papéis sanitários de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, recebeu aportes de R$ 130 milhões, entre recursos da companhia e créditos acumulados de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que estão sendo usados em investimentos no Estado. Com capacidade de produção de 30 mil toneladas anuais, ou de 1 milhão de rolos de papel higiênico por dia, é a primeira da Suzano a converter o papel tissue, produzido na fábrica de Mucuri (BA), para papel higiênico de folha tripla.

A unidade pode produzir também papel folha dupla, sob as marcas Mimmo e Max Pure – inicialmente, a folha tripla leva a marca Mimmo, mas a companhia vai desenvolver o produto para a Max Pure, cujo foco está nos grandes atacados.

A instalação da nova fábrica, que está em operação desde fevereiro, abre oportunidades de crescimento para a companhia nos mercados de tissue da região Sudeste, ao mesmo tempo em que libera capacidade produtiva para avançar no mercado nordestino. “Com essa unidade, é possível fazer a redistribuição de atendimento a clientes”, explicou Bueno.

A Suzano já operava outras quatro unidades de bens de consumo, que atendem principalmente aos mercados do Norte e Nordeste, instaladas em Mucuri (BA), Imperatriz (MA), Belém (PA) e Maracanaú (CE). Mas seus produtos já estão presentes em todas as regiões do país, exceto no no Sul, mercado para o qual ainda não há planos, ao menos no curto prazo. No Espírito Santo, a participação de mercado já chega a 18% – nos demais Estados do Sudeste, a fatia é menor.

A companhia ainda não revela vendas em volume ou receita da unidade de bens de consumo, mas esse é um segmento promissor. No ano passado, em receitas, o mercado brasileiro cresceu 10%, impulsionado também pela pandemia de covid-19. Nos últimos dez anos, a taxa de crescimento anual foi de 10% e a perspectiva é de continuidade de expansão no médio e longo prazos.

Além disso, há uma tendência acelerada de migração dos papéis higiênicos de folha simples para a folha dupla e, mais recentemente, da dupla para a tripla.