Logum entregará dutos na Grande São Paulo ainda no primeiro semestre

FONTE: Valor Econômico

A primeira fase de expansão do etanolduto, da companhia de logística Logum, será entregue neste semestre, afirmou João Teixeira, presidente da Copersucar, comercializadora de açúcar e etanol e uma das acionistas no negócio. Nesta fase, resultado de um investimento de R$ 1 bilhão feito ao longo de dois anos, o duto conecta regiões produtoras à Região Metropolitana de São Paulo.

Os 128 quilômetros de duto construídos nesta etapa triplicarão a capacidade de movimentação da Logum. O etanolduto tem hoje capacidade para movimentar 4 bilhões de litros de etanol por ano ao longo de 1,4 mil quilômetros, ligando Uberaba e Ribeirão Preto à refinaria da Petrobras em Paulínia. De lá, o etanol pode chegar ao terminal aquaviário de Ilha D´Água, na Bacia de Guanabara.

Porém, no ano passado, com a queda do consumo de combustíveis em meio à pandemia, a movimentação caiu para 2,1 bilhões de litros; em 2019, ela foi de 2,5 bilhões de litros. O cronograma inicial previa que a entrega desta primeira etapa ocorreria entre fevereiro e março. Apesar da pandemia, as obras seguiram com poucas intercorrências e a entrega só deve atrasar algumas semanas, afirmou Teixeira.

O novo trecho, diz, “muda de maneira importante a logística de etanol porque conecta pela primeira vez os centros produtores com o centro de consumo em São Paulo”. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apenas a capital paulista representou 12% do consumo nacional.

Além de reduzir o custo logístico, o duto também ajudar a diminuir a pegada de carbono do etanol por substituir o modal rodoviário, o que tem impacto na nota das usinas no RenovaBio. Segundo cálculos do professor Luciano Rodrigues, da Esalq/USP, uma usina típica que troca usa dutos em vez de caminhões para transportar seu etanol reduz em torno de 2% o volume do biocombustível que tem que vender para emitir um Certificado de Descarbonização (CBio). O certificado equivale a 1 tonelada de carbono de emissão evitada.

Quando as operações desse novo trecho do duto estiverem “consolidadas”, a Logum colocará em ação a segunda fase da expansão, que prevê estender o duto até o Porto de Santos. Atualmente, essa etapa ainda está em estudo. Além da Copersucar, são acionistas na Logum a Raízen e a Petrobras, cada uma com 30% de participação, e a Uniduto Logística com 10%.