Tiasa investe R$ 250 milhões na BA na produção de dióxido de titânio
FONTE: Valor Econômico
Aporte pode chegar a R$ 1 bi e companhia espera fabricar 80 mil toneladas em 2032
A Titânio América (Tiasa) vai investir R$ 250 milhões na construção de uma unidade de beneficiamento de titânio no polo petroquímico de Camaçari (BA). Segundo o presidente do conselho de administração da empresa, Eduardo Tavares de Melo, os aportes serão realizados na primeira fase do projeto que prevê ainda colocar a mina em Floresta, em Pernambuco, operacional.
“O projeto todo deverá receber R$ 1 bilhão com a produção de 80 mil toneladas de dióxido de titânio em 2032. Estamos entrando em um mercado em que o consumo é, em sua maior parte, importado”, afirmou o executivo.
A primeira parte do projeto, que está em fase de licenciamento ambiental, deve entrar em operação no início de 2023. Tavares Melo ressaltou que a construção da unidade deve se iniciar no primeiro trimestre de 2022 e deverá gerar 600 postos de trabalho nas obras civis. Já quando estiver em operação, a companhia deverá empregar 200 funcionários diretamente e 300 pessoas de forma indireta.
“Acreditamos que as licenças devem ser concedidas no fim deste ano. Com isso iniciamos as obras na unidade de beneficiamento e na mina, que aliás, tem que começar a produzir seis meses antes da unidade de Camaçari”, disse Tavares de Melo.
Pelo projeto, ressaltou Tavares de Melo, a produção inicial de dióxido de titânio pode chegar a 15 mil toneladas por ano. “Na segunda fase, programada para entrar em operação em 2027, a expectativa é uma produção de 50 mil toneladas de dióxido de titânio.”
O dióxido de titânio é usado, atualmente, na indústria de tintas, como parte dos pigmentos, e no setor plástico. Hoje, o Brasil consome 180 mil toneladas por ano de dióxido de titânio e importa a maior parte desse volume.
O protocolo de entendimentos foi assinado na semana passada com o governo da Bahia. O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, João Leão, disse que o Estado é o único local do país onde já se fabrica o pigmento de dióxido de titânio pela Tronox Pigmentos do Brasil. “Agora teremos uma segunda unidade fabril produzindo uma matéria-prima tão importante para a indústria”, afirmou Leão.
Tavares Melo afirmou, ainda, que a companhia está desenvolvendo uma nova tecnologia para o beneficiamento do minério de titânio. Segundo ele, existem dois processos no mundo, um usando cloro e outro usando sulfato. “O que estamos desenvolvendo é uma rota alternativa de sulfato, estamos em processo de registrar patente. É mais simples, mais barato e não produz resíduos poluentes.”