Ministro Bento Albuquerque durante a 20ª Conferência Datagro destaca a segurança energética e de baixo carbono do Brasil
FONTE: TN Petróleo
Bento Albuquerque, do MME participou hoje (28/10) da 20ª Conferência Datagro, no painel “O potencial da biomassa no planejamento energético de longo prazo”. Ele destacou a vocação nacional para produção de biocombustíveis, e citou os vários marcos nessa área como o Proálcool e o lançamento dos carros flex. Além do desenvolvimento do biodiesel.
Bento disse também que 2019 será lembrado como o ano da efetivação do Renovabio e 2020 o ano da comercialização dos créditos de descarbonização (CBIOS). “Olhando para o futuro poderemos contar com o etanol de segunda geração e o bioquerosene de aviação. O país é motivo de orgulho para os brasileiros, pois tem segurança energética dentro de uma economia de baixo carbono”, afirmou.
Já a diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, EPE — Empresa de Pesquisa Energética, Heloísa Bastos, ressaltou que os biocombustíveis fazem parte dos planos da empresa, sendo uma das grandes vantagens comparativas do Brasil no cenário energético. Além da diversificação das fontes e aproveitamento dos seus benefícios.
“Quando olhamos a matriz energética, o mundo está querendo chegar onde o Brasil está”, diz Heloísa. Ela cita também o Renovabio como uma política extremamente bem sucedida, que já possui uma estrutura consolidada de produção e revenda de etanol. Ressaltou que a biomassa da cana nos planos da EPE é enxergada no horizonte até 2030 e 2050, com oportunidades de crescimento.
O menor crescimento econômico do país, porém, é o desafio. Além da necessidade de criação de condições isonômicas e suporte adicional à oferta de energia da cana. Redução do alto endividamento do setor e incorporação da bioeletricidade no negócio das usinas.
O sócio da área de Consulting da KPMG Brasil, Martiniano Lopes, ressaltou que o Brasil tem um nível de competividade de mercado relevante em relação aos outros países. O país tem terra, clima, o que o posiciona como grande player e fortalece sua produção no que tanque a custo x investimento.
Porém, no caso da produção de cana-de-açúcar é preciso buscar mais eficiência na parte agrícola, ambiental e de gestão. Atualmente, das 366 usinas em produção, 40% ainda não produzem energia elétrica, e se houvesse uma expansão neste sentido se teria uma produção de energia três a quatro vezes maior.
“As empresas precisam passar por um processo importante e parte da resposta se faz através de bons planos de longo prazo e requer um exercício estratégico”, diz Martiniano. Ele acredita que as usinas têm um papel importante para alavancar mais a sua eficiência profissional, independentemente, da posição do governo. Por outro lado, há necessidade de políticas públicas de longo prazo para maior estabilidade financeira das empresas.
O presidente do Fórum Nacional Sucronergético (FNS), André Rocha, foi o moderador do debate, e destacou a necessidade de o país reconhecer mais as externalidades do setor sucroenergético e sua produção. Segundo ele, há necessidade também das empresas acessarem mais o mercado, como forma de conseguir recursos mais baratos. “Acredito que isso vai acontecer, mesmo com a crise desse ano e a redução do consumo”, afirmou.