CTG Brasil vê potencial para híbridas eólica-solar no país
FONTE: Brasil Energia
Para combinação hidrelétrica-solar, há restrições impostas pelo fato de que hídricas possuem despacho centralizado, aponta Sérgio Fonseca
O diretor de Desenvolvimento de Negócios da CTG Brasil, Sérgio Fonseca, disse, em entrevista ao EnergiaHoje, que a construção de usinas híbridas, “principalmente a combinação de eólica e solar”, tem potencial no mercado brasileiro que, segundo ele, deve aumentar quando o país dispuser de regulação específica para este tipo de empreendimento. Fonseca realçou que na China, país de origem da companhia, a CTG já investe em híbridas que combinam eólica e solar.
O executivo da CTG Brasil disse que na configuração regulatória atual as principais vantagens das usinas híbridas no país são as de otimizar os custos de infraestrutura de subestação e de transmissão. Com a regulamentação específica, em elaboração pela Aneel, ele avalia que haverá outros benefícios, como a otimização dos montantes de uso do sistema de transmissão (Must), com reflexo nos custos das Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão (Tust).
Para o executivo, a maior viabilidade da combinação eólica-solar ocorre porque elas são “fontes com perfil de geração altamente complementar”. No caso da combinação com hidrelétricas, no caso, hidrelétrica-solar, ele entende que há restrições impostas pelo fato de que as hídricas terem despacho centralizado.
Outra limitação vista por Fonseca para a combinação hídrica-solar está ligada à necessidade que as usinas híbridas precisa ter de respeitar os limites do sistema de escoamento, ou seja, de transmissão e distribuição, de modo a evitar sobrecarga em caso de ultrapassagem desses limites.
A solução seria o ONS transferir o controle dessa gestão para a geradora, algo que, pela regulação atual, não pode ser feito.
No processo de mudança da regulação para abrigar as híbridas, Fonseca disse que um dos aspectos importantes a serem observados é se o gerador seria capaz de operar esses arranjos produtivos com a mesma eficiência do despacho centralizado, do ponto de vista do consumidor.
Filosoficamente, o despacho centralizado visa a modicidade tarifária e tem o formato gráfico de uma escada, na qual os degraus mais baixos são as fontes mais baratas.