Petrobras reinicia venda de refinaria no Paraná
FONTE: Portos & Navios
A Petrobras anunciou que vai reiniciar o processo de venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, após as propostas vinculantes para venda terem ficado abaixo do esperado. Em paralelo, a estatal concluiu as negociações com o fundo de Abu Dhabi Mubadala Capital no processo de venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, por uma oferta de US$ 1,65 bilhão.
As vendas fazem parte do acordo assinado entre a petroleira e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a alienação de oito refinarias até dezembro de 2021. Até o momento, a venda mais avançada é a da refinaria baiana, processo no qual a assinatura do contrato ainda depende da aprovação de órgãos reguladores. O revés no Paraná indica que as alienações no refino podem se estender para além deste ano.
Segundo a Petrobras, a etapa vinculante do processo de venda da Repar atraiu Ultrapar, da chinesa Sinopec e da Raízen, consórcio entre Cosan e Shell. O Valor apurou que UItrapar e Raízen apresentaram ofertas vinculantes pelo ativo. Mas ambas teriam optado por dar prioridade a outras aquisições. No caso da Ultrapar foi a compra da refinaria gaúcha Alberto Pasqualini (Refap), o que a impediria de buscar outros ativos de refino da Petrobras na mesma região por questões concorrenciais. Ontem, a Raízen confirmou a aquisição da Biosev por R$ 3,6 bilhões.
A opção das empresas por priorizar outras aquisições teria puxado para baixo as ofertas pela refinaria parananense. O fato de que apenas grupos nacionais optaram por apresentar propostas também pode ter diminuído as ofertas. Estimativas do mercado apontavam que a Repar teria preço-alvo de cerca de US$ 1,5 bilhão. A Petrobras precisa que as propostas alcancem um valor mínimo, apontado por uma avaliação independente, para prosseguir com as vendas de refinarias sem questionamentos do Tribunal de Contas da União.
Analistas também lembram que um fator que joga os preços das refinarias para baixo é o histórico de intervenção governamental entre 2010 e 2014 nos preços de derivados, o que eleva a percepção de risco. Há receio de que os ativos tenham perdido atratividade após os ruídos sobre uma mudança na política de preços da estatal nos últimos dias. A expectativa é que a Petrobras mude o processo de venda da Repar, o que pode incluir a reavaliação do preço-alvo.
Em nota, a petroleira disse que assessores financeiros independentes avaliam as transações e atestam se o valor de venda é justo financeiramente. “As vendas são aprovadas internamente somente se atenderem às premissas estipuladas no processo, incluindo a faixa de valor estimada pela empresa e a avaliação do assessor financeiro independente”, informou.