Projetos de ferrovias no país vão criar maior competição entre portos, diz secretário
FONTE: Portos & Navios
Um dos principais programas do governo federal é a reativação do projeto de construção de ferrovias no país, por meio de concessões à iniciativa privada. E de acordo com o secretário Nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello da Costa Vieira, esse projeto, além de ampliar a estrutura logística no país, irá possibilitar o aumento da competição entre portos no país, bem como entre diferentes operadores do setor de ferrovias.
Vieira afirmou que iniciativas como a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) vai ampliar a eficiência logística da região do centro-oeste, região mais importante na produção de grãos. Além disso, ao interligar a Fico com a Ferrovia Norte-Sul, irá possibilitar a exportação por diferentes saídas, como é o caso do Porto de Itaqui (MA), Santos e Ilhéus (BA), isto é, o operador poder escolher por onde escoar a produção.
A previsão é que a Norte-Sul esteja operacional a partir de 2021. A ideia é que por meio dessa ferrovia sejam transportadas não apenas commodities, mas também carga geral e carga conteinerizada. As obras da Fico devem começar também próximo ano. A licença de instalação já foi emitida e em dezembro o governo deve assinar o contrário com concessionária.
Ele afirmou que o setor ferroviário no Brasil tem problemas que são históricos, relacionados, entre outras razões, ao sucateamento da rede federal pela falta de investimentos. De acordo com ele, o país investiu ao longo dos anos em rodovias em detrimento das ferrovias e um dos motivos tem sido a dificuldade de recursos públicos, tendo em vista que é montante necessário para construção no setor ferroviário. Ele explicou que um quilômetro de ferrovia custa cerca de oito e dez milhões de reais. Enquanto uma rodovia por volta da metade.
O Ministério da Infraestrutura já investiu, na atual gestão, R$ 27 milhões de reais com ferrovias. Porém, segundo ele, cerca de 40% da malha ainda está sem operação no país. Uma das razões para a ociosidade foi a mudança no perfil de carga, fazendo com que malha existente não atendesse mais a logística de transporte. Por esta razão, o secretário defende que seja repensado o modelo ferroviário no país com base na atual característica da carga, além de passar a priorizar carga geral e contêiner. “Isso entendendo que a ferrovia pode ser uma forte indutora de novos negócios no país”, frisou Vieira.