Estaleiro mira setor eólico para diversificar negócios

FONTE: Brasil Energia

Diante de incertezas no mercado de construção naval e offshore, EAS mira manutenção e reparo, descomissionamento e setor eólico

“Se todos os leilões forem realizados, nós teremos uma demanda de 500 a 600 torres eólicas por ano, a maioria no Nordeste, onde estamos localizados”, ressaltou o executivo, durante webinar realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro(Ibef).

A estimativa de 500 a 600 torres eólicas por ano é otimista, calculada numa base de 2 GW de instalação por ano. Cada aerogerador atualmente instalado, tem, em média, entre 2 a 3 MW. Com a tendência de uma capacidade maior por aerogerador, é possível que o número de torres diminua, visto que uma torre eólica poderá ter 4 MW de capacidade.

A CEO do EAS, Nicole Terpins, assinalou que as mudanças de mercado e a incerteza atual do segmento de construção naval fizeram com que o EAS tivesse que se reinventar, olhando para o mercado eólico, que está em ascensão, segundo a executiva.

O EAS estava com suas atividades suspensas desde agosto de 2019, após entregar sua última embarcação encomendada à Transpetro, do modelo Aframax. Na época, o estaleiro, cujo pedido de recuperação judicial foi aprovado pela Justiça em fevereiro do mesmo ano, declarou que procurava alternativas para continuar suas operações.

O estaleiro também enxerga oportunidades de receitas nas operações de reparo e manutenção, em curto prazo, e no mercado de descomissionamento de plataformas.

Localizado em Ipojuca (PE), o estaleiro foi criado em 2005. Seu portfólio inclui a fabricação de 15 embarcações, sendo 10 do tipo Suezmaz e cinco Aframax, além da fabricação do casco inferior da P-55 e da integração da P-62. Os principais acionistas do estaleiro são os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.